sábado, 28 de dezembro de 2013

Fundos vão definir futuro de OGX e HRT

Nos últimos dias de 2013, OGX e HRT voltaram a ter uma rota em comum. As duas companhias - que neste ano saíram da posição de grande promessa à de maiores frustrações do setor de petróleo brasileiro - estão passando ao controle majoritário de fundos estrangeiros. São investidores geralmente movidos por metas de curto e médio prazos, em contraste ao longo período de maturação necessário para os projetos em petróleo. Eles terão papel decisivo no destino das empresas. Nas duas, a venda parcial de ativos foi apresentada nos últimos dias como solução para problemas. É o caso do campo de Polvo, já em negociação pela HRT, ou do campo de Tubarão Martelo, opção de venda para a OGX.
Também já não se descarta no mercado a possibilidade de que, depois de reestruturadas, as petroleiras sejam vendidas e liquidadas.  Ambas caminham para a venda, essa hipótese existe, disse o analista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura. Mas o analista faz uma ressalva: o processo de reestruturação deve levar pelo menos dois anos e depender de muitos fatores, como comportamento do mercado e até a sorte na exploração de petróleo. “O fato é que os investidores precisarão recuperar valor e, de alguma forma, recuperar pelo menos parte do dinheiro investido”, disse Pires.

A última quinzena foi de reviravolta para as duas empresas. A OGX, a ex-queridinha das empresas de Eike Batista, está em processo de recuperação judicial e fechou um acordo preliminar com seus principais credores. Se o acordo for adiante, os credores passarão a controlar 90% da nova empresa, batizada de Óleo e Gás Participações. Os credores são basicamente fundos estrangeiros que trocarão seus títulos de dívida por ações da empresa. Pelo acerto, os atuais acionistas ficam com os 10% restantes, sendo apenas 5% para o fundador Eike Batista, que até o início do ano ainda comandava a empresa.
Estratégia – Na quinta-feira, a OGX informou que vai procurar seguir uma estratégia de venda parcial de participação para cumprir os investimentos de longo prazo de seu campo de Tubarão Martelo. Também no bloco BS-4, na Bacia de Santos, no qual detém 40% em parceria com Queiroz Galvão (30%, operadora) e Barra Energia (30%), a OGX disse que continuará a procurar financiamento de terceiros. Internamente, a OGX calcula que sua participação no BS-4 valha pelo menos 1 bilhão de dólares (2,34 milhões de reais). É nestes dois ativos que recaem as principais promessas da empresa. Os novos controladores, caso seja aprovado o plano anunciado na noite de Natal, precisarão decidir como administrar a empresa, onde investir os até 215 milhões de reais de aportes, quais projetos serão vendidos e quais serão mantidos para garantir o futuro da empresa.

Já a HRT anunciou pelo menos três grandes aquisições acionárias neste mês, a maior delas do fundo Discovery, que já detém quase 18% da companhia. Fontes do conselho disseram que cerca de 60% da empresa já estão nas mãos de investidores estrangeiros. O número não é público. A HRT é menor do que a OGX, mas tida hoje como menos problemática, já que não tem dívidas, ao contrário da petroleira do grupo X, e ainda conta com mais de 200 milhões de reais em caixa. O problema mais recente da empresa é uma briga interna entre membros do conselho de administração, com troca de acusações de ilegalidades.
O mercado assistiu no último dia 20 à renúncia da maior parte dos conselheiros. Seis pediram para sair, em desacordo com administração do grupo alinhado com o fundador e ex-presidente da companhia, Márcio Mello. Administradores ligados a Mello negociam a possibilidade de venda de uma fatia de 30% do campo de Polvo, na Bacia de Campos, para a norueguesa BW, que já é dona de uma plataforma de produção no local.
Vendas de ativos da HRT nos Solimões (Amazônia) e na Namíbia também não estão descartadas. Depois de catorze poços perfurados sem sucesso a empresa ficou sob pressão imensa do mercado, disse François Moreau, um dos conselheiros que pediu demissão. Também para ele a possibilidade de venda de ativos deve ser estudada. O fato é que hoje, sob nova gestão, a empresa está muito melhor do que seis meses atrás, disse.
(Com Estadão Conteúdo)

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Petrobras promove ajustes organizacionais na área de E&P

Rio de Janeiro (RJ) - A Petrobras informa que promoveu na última semana alterações na estrutura de gestão da área de Exploração e Produção, com a criação de uma Gerência Executiva específica para cuidar de todas as questões relativas à área de Libra. Esta decisão decorre da importância desta nova atividade e da necessidade de se ter uma estrutura organizacional dedicada à condução de todas as atividades de Exploração, e futuramente de Produção, deste contrato de Partilha. 
 
Apesar da criação de uma nova Gerência Executiva, o segmento E&P da Petrobras permanece com o mesmo número de gerências deste nível uma vez que, na mesma data, foi aprovada também a fusão de outras duas Gerências Executivas já existentes, a Engenharia de Produção e a Corporativa, em apenas uma.

 
A nova Gerência Executiva para a área de Libra, denominada E&P Avaliação Exploratória, Desenvolvimento da Produção e Gestão dos Investimentos de Libra (E&P-Libra), fica sob o comando da engenheira de petróleo Anelise Quintão Lara. Entre suas atribuições estão delimitar, conceber, gerir os investimentos e implantar os projetos de desenvolvimento da produção de Libra, sob o regime de partilha da produção.
 
Engenheira química, Anelise é mestre em Engenharia de Petróleo, PhD em Ciências da Terra e tem MBA em Gestão Executiva. Ingressou na Petrobras em 1986, tendo desempenhado funções gerenciais no Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) e na área de Exploração e Produção, onde trabalha desde 2003. Gerenciava atualmente a área de Desenvolvimento de Projetos da Gerência Executiva E&P-Presal.
 
Nova estrutura 
 
As atividades hoje desenvolvidas pela Gerência Executiva E&P Engenharia de Produção foram integradas com as da Gerência Executiva E&P Corporativo (E&P CORP). Com a mudança, a Gerência Executiva E&P CORP responderá tanto pelas atividades voltadas para a gestão do portfólio e controle, quanto pelas de aprimoramento técnico, desenvolvimento tecnológico e aplicação de boas práticas nos processos de desenvolvimento e manutenção da produção de petróleo e gás.
 
A Gerência Executiva E&P Corporativo passa a ser gerida pela engenheira de petróleo Solange da Silva Guedes, que respondia, desde 2008, pela então Gerência Executiva E&P Engenharia de Produção. Solange Guedes é graduada e mestre em Engenharia Civil, com especialização e doutorado em Engenharia de Petróleo. Está na Petrobras desde 1985, tendo passado por várias áreas do segmento de E&P da companhia.
 
O geólogo José Jorge Moraes, que respondia pelo E&P Corporativo, deixa a área de Exploração e Produção e assume novo desafio na Área Internacional, na Gerência Executiva INTER-Corporativo.
 
As mudanças anunciadas agora visam a ajustar a estrutura organizacional da empresa aos novos desafios para os próximos anos, em especial para a complexidade, a diversidade e a relevância estratégica das atividades de concepção e desenvolvimento da produção na área de Libra, que conta com algumas particularidades. Libra é a primeira concessão sob o regime de partilha da produção, inaugurado com a Lei n.º 12.351, de dezembro de 2010, que dispõe sobre a contratação de atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural em áreas do pré-sal e em áreas estratégicas. Além disso, é uma área em que há a participação de outras empresas e a necessidade de integração da Petrobras, operadora da área com participação de 40% no consórcio, com os demais sócios, Shell (20%), Total (20%), CNPC (10%) e CNOOC (10%), e com a Pré-sal Petróleo S.A. (PPSA), que vai representar a União nos contratos formados para execução dos contratos de partilha.

 
As mudanças ora implementadas destinam-se ainda a promover maior alinhamento entre as competências técnicas e os desafios encontrados, assim como dar maior agilidade ao diagnóstico e à implantação das ações de melhoria dos processos de exploração e produção.
 
 
Fonte: Ascom Petrobras