A indústria de Óleo & Gás mostrou sua energia na Brasil Offshore 2013, que aconteceu em Macaé, na primeira quinzena do mês.
Vivemos quase cinco anos sem novidades exploratórias. De fato, novas e importantes descobertas aconteceram, principalmente na região do pré-sal, mas nenhuma nova área foi concedida pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) à iniciativa privada, para prospecção.
Com a retomada das rodadas de licitações para prospecção de óleo e gás em campos onshore e offshore, e, ainda, para a produção de gás não convencional (até o fim desse ano), poderemos medir o quão resistente foi a indústria brasileira de petróleo a todo esse marasmo produtivo.
No período, e principalmente nos últimos três anos, restou às empresas aqui instaladas comercializarem seus próprios ativos, em uma atividade que ficou conhecida como Farm-In e Farm-Out. As poucos, essa indústria começou a observar com mais atenção mercados antes deixados para trás por serem considerados menos atraentes. Esse é o caso da costa oeste africana, antes vista como uma região pouco convidativa nos planos político e econômico.
A feira Brasil Offshore 2013 nos mostrou o quanto a indústria foi resistente ao baixo ritmo de atividade local. É hora de acordarmos. Parece-me que o Brasil ficou muito confiante na condição de vedete mundial do petróleo – o foco de todas as atenções e desejo de toda a indústria petrolífera. Isso aconteceu, é verdade. Mas passados cinco anos a geopolítica petrolífera mudou. A Europa apresenta agora reservas recordes de gás não convencional, assim como os Estados Unidos, que anunciam autossuficiência energética para o ano de 2020. Esse não era o cenário de cinco anos atrás.
As empresas que mantiveram o sangue pulsando nas veias, mesmo que em ritmo lento, têm, agora que o mercado se aquece, a vantagem de estarem estabelecidas com estrutura administrativa e de pessoal já implementadas. Essa condição é importante, pois, ao que me parece, a retomada de atividades se dará em um ritmo acelerado. As empresas que somente agora entram no mercado sentirão uma dificuldade maior para se ajustarem ao passo da indústria brasileira de Óleo & Gás nos próximos anos.
O autor
Gilberto Castro é economista e despachante aduaneiro, com pós-graduações em Negócios da Indústria de O&G e Direção Editorial.